* * * Entre Mim
e o Mundo...
Entre mim e o mundo percorrem extensas
e temíveis distâncias. Já virei declives a metade da humanidade e enfrentei
outra metade. Todos os dias rejo-me por essa lei, a lei da perseguição. Afinal
de conta, andamos todos uns atrás dos outros, a “comer-nos” como diz “Padre António Vieira”. Os únicos sentimentos
que conseguem pirraçar este “abocanhar” constante é uma pura amizade e um
intenso amor.
Já passaram alguns dias e reparo
como é interessante ouvir estas palavras duras, numa conversa formal, de uma
pessoa: “És um triste!”. No momento
entrei dentro de mim, pensei e voltei a catar se os meus ouvidos estariam deturpados.
Foram belas palavras que a minha inocência admirou e compreendeu, como: “Eu sou
reservado, tenho uma felicidade própria que domo todos os dias.” Triste triste é
não saber o que é estar triste e ter todos os dias um queijo e um fiambre ao
pequeno-almoço, esquecendo a diferença entre o bem e o mal. Guardei a
resposta para mim, fui para casa e virei um declive acentuado. Tenho aprendido
a dar tantos declives nesta vida, mas não quero ficar desumano como “eles” todos. Quero continuar a chorar e
sofrer, mesmo por razão alguma.
Quero experimentar o tempo com o
meu amor, com os meus verdadeiros amigos, com a minha mãe, o meu pai, a minha
irmã e a minha Fifi.
Percorrer ruas intrépidas com
eles e pisar riscos brancos e pretos…
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