1 de Dezembro
Hoje comemora-se o Dia Mundial da Luta contra a Sida. A Sida ou Síndrome da imunodeficiência adquirida é um grande flagelo que até ao momento já afectou 60 milhões de pessoas.
Hoje relembro a minha infância na Suiça, quando num ardo manto de neve uma senhora de cabelo grisado estendeu um enorme tecido vermelho, desenhando um laço. Todos nós: eu, irmã, mãe, amigos e vizinhos, sentam-nos no laço com velas nas mãos e em silêncio meditamos e homenageamos uma das doenças que mais população mata no mundo. Na altura tudo era estranho para mim e perguntava-me porquê ir para a floresta e sentar-me no chão com velas, era tão assustador o vermelho no chão e as velas, mas dirigi o olhar para baixo, copiando a senhora com o cabelo grisado que transparecia respeito. Agora reparo que são estes pequenos gestos que nos fazem crescer e que infelizmente em Portugal se tomasse a iniciativa de o fazer, seriam bem capaz de me abordar mal, ainda iriam pensar que seriamos todos seropositivos. É o que penso e o que sinto neste país que não evolui socialmente/politicamente. É difícil desenvolvermos num país tão retrógrado, que falha sempre no essencial.
Para tua segurança e de quem te rodeia, Protege-te!
Deixo aqui um artigo que desenvolvi o ano passado na cadeira de "Bioquímica" sobre a cura da SIDA. Este artigo foi integrado numa revista chamada "Uma Visão Bioquímica" e como teríamos de falar sobre proteínas e depois de ter pesquisado e ter lido um artigo na pubmed sobre o mesmo, resolvi abordar o tema, que considero muito interessante.
Resumo
O
tratamento da Sida tem sido tema de discussão em todo o mundo. A SIDA é uma
verdade inconveniente e uma doença sexualmente transmissível que tem causado
milhões de mortos em todo o mundo. Falam da não existência de cura nem vacinas
para a doença. Usam-se drogas inibidoras para retardar a sua progressão, mas
foi estudada uma proteína, ITK capaz de impedir o desenvolvimento normal do
Vírus.
Introdução
Em
Portugal, o primeiro caso de Sida foi detectado em 1983, no hospital de Curry
Cabral. Estima-se que cerca de 0,4 % da população portuguesa esteja infectada.
As taxas de diagnóstico do vírus em Portugal são das maiores da Europa. O HIV é
um vírus do RNA (retrovírus) que infecta principalmente os linfócitos T, mas
também linfócitos B, macrófagos e células do sistema nervoso. No interior da
célula hospedeira, o RNA viral é transcrito para DNA pela transcriptase reversa
e o DNA é integrado no genoma. Quando activo, o DNA viral dirige a produção de
novos vírus que causam a destruição da célula hospedeira e infectam novas
células. A diminuição progressiva do número de linfócitos T deixa o organismo
vulnerável e muito susceptível a doenças oportunistas e a cancros.
Preliminares
A cura da SIDA tem sido
alvo de pesquisa por vários cientistas e investigadores. Nos EUA, foi
apresentada uma nova abordagem para combater o vírus HIV: centralizar não o
vírus, mas uma proteína humana denominada de ITK (interleucina 2, quinase
induzida de célula T). Esta proteína reduz drasticamente a capacidade do vírus
se reproduzir no organismo humano. A proteína ITK é importante, pois activa os linfócitos T, células
essenciais no sistema imunológico normal, e o principal alvo da infecção pelo vírus HIV. O tratamento da SIDA,
admite que se a proteína ITK não estiver activa, o vírus não pode usar
eficazmente as células linfócitarias T para se reproduzir, o que deixa mais
lenta ou até bloqueia a sua propagação.
Normalmente a maioria dos tratamentos
centra o vírus, ou seja o principal alvo são as proteínas do próprio vírus
responsável pela infecção, mas á medida que o vírus realiza várias mutações,
estas proteínas mudam rapidamente e geram resistência do vírus ao tratamento. A
proteína ITK, bloqueia a infecção das células imunológicas humanas pelo HIV.
Uma das características que influência bastante é o facto de a proteína ITK não
apresentar tantas mutações como as proteínas do Vírus HIV.
Conclusões
Sendo a SIDA um problema de saúde pública, com taxa de
mortalidade elevadíssima, porquê que esta solução não se encontra já em vigor
nos sistemas de saúde? Será que a morte da sociedade, principalmente nos países
não desenvolvidos irá alterar a situação mundial a vários níveis? Será que os
políticos preferem um melhor crescimento económico do país? Concluo este artigo
em jeito de pensamento sobre a situação mundial em que nos defrontamos no quotidiano.
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