Sinto-me desalinhado. Não sei bem
porquê? Do charco empastado saiu perfumado e voltou a fazer imundície. A minha
vida é uma mentira, o Universo é uma mentira … não sei em quem e em que acreditar.
Uma coisa é certa: tenho de acreditar nos parâmetros de regularidade e coerência
para não ser alvo de psicanálise. Já foram muitas tentativas de deixar a
sensibilidade orientar a minha felicidade, estou cada vez mais racional. Acho
que me estou a converter num “monstro” que não sou. Sempre que falava com alguém
preocupava-me no que essa pessoa poderia estar a pensar de mim. Na verdade
comprometia-me com coisas fúteis. Hoje, já tudo fica por uma esfoladura, apenas
as da artéria Aorta é que me fazem cogitar.
Tive o prazer de conversar
contigo, tive o prazer de saber coisas sobre ti, tive o prazer de te dar um
pontapé ou um encontrão como sinal de aproximação, tive o prazer de trocar
olhares, tive o prazer de me divertir e ri-me á brava, depois tive o prazer de
te beijar e de te abraçar, posteriormente o prazer de sorrir e ter esperança em
nós, passados dias tive o prazer de saber que me traíste ou magoaste e pouco
depois o prazer de sofrer e chorar. Só agora é que tive o prazer de te conhecer
e medo de te perder. Tive o difícil prazer de te perdoar. Tudo foi em vão,
porque nunca iria ter confiança em ti, insegurança... Hoje tenho recordações mas
tive o prazer de te apagar e de ganhar certa paz. Não voltes a entrar, se sabes
que vais fazer sujidade. Limpa ou desembravece a tua alma…
Gostava de ter 98% de independência. Não
depender de nada nem ninguém, viver apenas com as pessoas que me interessam. Para
lá caminho…
Hoje o Speculum é vermelho pardo,
que aguarda confiante por nova conformação :)